Em 15 de março de 1930, o jornalista, produtor e diretor Adhemar Gonzaga fundou o primeiro grande estúdio brasileiro, a Cinédia. Seu projeto era criar uma moderna infra-estrutura de produção, uma linha permanente de produção, uma escola informal de formação técnico-profissional e obras de arte suficientes para firmar o conceito “cinema brasileiro” como área responsável e respeitável junto críticos, políticos, financiadores, intelectuais e grande público. Não só introduziu o som e dezenas de outras novidades técnicas, como forjou o musicarnavalesco, base do cinema popular brasileiro, lançou ao estrelato dezenas de artistas, estabeleceu o padrão do cinema espetáculo brasileiro e ousou aventurar-se pelos mais diversos gêneros, temas e formatos. Em 80 anos produziu mais de 50 longas metragens e 700 filmes curtos, entre documentários, cinejornais e institucionais. Entre seus clássicos maiores estão obras fundamentais da filmografia brasileira como Ganga bruta, Alô. Alô. Carnaval! Bonequinha de seda, 24 horas de sonho, Berlim na batucada e o O Ébrio. Trajetória tão afirmativa ganhou dimensões ainda mais amplas, quando Alice Gonzaga, filha do fundador, assumiu em 1971 e incorporou a restauração dos filmes e a publicação de memórias históricas sobre a companhia e o cinema brasileiro. Atualmente a Cinédia é um centro de produção de cultura, que não abandonou sua condição de mais antigas casa produtora do país, mas ampliou seus horizontes rumo ao cinema digital e ao que mais vier adiante.
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